Internacional

Irã critica relatório da AIEA sobre usina nuclear de Fordow

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As tensões entre o Irã e o órgão de vigilância nuclear da ONU aumentaram em meio ao impasse sobre o acordo nuclear.

O chefe da agência nuclear do Irã voltou a atacar a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), classificando seu último relatório sobre as atividades na instalação nuclear subterrânea de Fordow como “não profissional”.

Mohammad Eslami, em entrevista à TV estatal na sexta-feira, disse que o órgão de vigilância nuclear da ONU agiu de forma não profissional ao divulgar informações confidenciais sobre as atividades nucleares em Fordow, situada 20 milhas a noroeste da cidade de Qom.

O chefe da Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI) disse que uma carta foi enviada à AIEA explicando “questões incorretas” levantadas no relatório recente por um dos inspetores da agência após sua visita a Fordow.

O órgão de vigilância nuclear da ONU em um relatório divulgado na quarta-feira disse que o Irã modificou significativamente uma interconexão entre dois grupos de centrífugas enriquecendo urânio até 60 por cento de pureza na usina nuclear de Fordow, sem informar a agência.

O chefe da AIEA, Rafael Grossi, disse que as mudanças na instalação eram “incompatíveis” com as obrigações do país sob o Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT) e prejudicam a capacidade da agência de “implementar medidas eficazes de salvaguarda” no local.

O relatório veio duas semanas depois que uma equipe da AIEA inspecionou o local, no qual detectou “duas cascatas de centrífugas IR-6… ao relatório.

Eslami, que anteriormente descreveu as conclusões do relatório como “incorretas”, disse que o Ocidente “não quer um Irã nuclear”, acusando Grossi de “divulgar afirmações erradas feitas no relatório” à mídia.

“Este comportamento é pouco profissional e inaceitável e esperamos que o diretor-geral da agência pare com tais práticas”, disse ele.

Eslami disse que o Irã tem 3 por cento da capacidade nuclear mundial, mas 25 por cento das inspeções da AIEA são realizadas no país, acrescentando que as potências ocidentais “não querem que o Irã adquira tecnologia nuclear”.

Em novembro passado, o Irã anunciou a decisão de aumentar o enriquecimento de urânio na instalação nuclear de Fordow em resposta a uma resolução aprovada pelo órgão de vigilância da ONU.

Na época, o Irã disse que começou a produzir urânio com até 60% de pureza na instalação e que duas novas cascatas de centrífugas, IR-2m e IR-4, foram revisadas e operadas na instalação nuclear de Natanz, na província central de Isfahan.

As tensões entre Teerã e a AIEA aumentaram devido à investigação da agência nuclear sobre “vestígios de urânio” encontrados em três instalações nucleares não declaradas. O Irã rejeitou a investigação.

Também levou a um impasse nas negociações indiretas entre Teerã e Washington para reviver o acordo nuclear de 2015, em andamento desde abril de 2021.

Fonte: Agência Anadolu


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